15 de jan. de 2010

Por que a Prefeitura aprova o espigão? Por que a Lapa?


Imagine um espigão de 44 andares ao lado da Catedral nesta foto. O que ele representaria para o cenário da Lapa?

A população do Rio de Janeiro continua se perguntando o porquê de ter sido autorizada pela Prefeitura a construção de um espigão da estatal Eletrobrás na Lapa.

Alguns representantes da empresa afirmam que o terreno não foi comprado ainda e que, portanto, não é definitivo. Contudo, a Prefeitura mudou o gabarito da região onde especula-se que será construído o espigão, nos arredores dos Arcos da Lapa, visando justamente a obra da Eletrobrás.

Isso quer dizer que as regras de construção no local agora permitem um prédio gigantesco na área, o que antes era proibido, abrindo precedente perigoso. Ora, essa regra ter mudado justamente no momento em que a Eletrobrás estuda construir um arranha-céu na Lapa é muita coincidência. Na verdade, não é coincidência.

De qualquer forma, a pergunta que resta é a seguinte: Por que a Prefeitura alterou as regras de construção da Lapa, ameaçando a composição do corredor cultural carioca e colocando em risco o patrimônio da cidade?

Estão dizendo por aí que o Prefeito Eduardo Paes atendeu pedido do Governador Sérgio Cabral, que parece estar pressionando, inclusive, para que a Eletrobrás não tenha que apresentar nenhum tipo de contrapartida para o município do Rio, especificamente para o entorno do terreno onde construiria o prédio.

Por que o Governador é embaixador dos interesses da Eletrobrás, ao invés de defensor do Rio de Janeiro, do patrimônio cultural e turístico da cidade e do carioca como um todo?

Dizem que até mesmo o patrocínio da Eletrobrás ao Vasco da Gama, time do coração de Cabral, teria influência no fato de o Governador privilegiar o interesse da estatal na disputa com o interesse público.

Outra questão que fica é a seguinte: Por que a Lapa? Por que não em local mais interessante para o carioca e para o Rio de Janeiro?

Ninguém é contra o investimento da Eletrobrás no Rio, mas ele não poderia ser feito em outra região? Não poderia o edifício, por exemplo, ser instalado na Zona Portuária, que precisa de revitalização, ou na Cidade Nova, que já está sendo revitalizada por investimentos privados incentivados pelo poder público?

O Salve a Lapa! deixa vocês com essas informações para refletir e reproduz abaixo infográfico do jornal O Globo que dá uma noção do que este espigão representaria para a Lapa e para o cenário do Centro histórico do Rio:

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